Você, que acessa a internet há tanto tempo, já se acostumou a ouvir certas siglas que estão diretamente relacionadas à rede mundial de computadores. Termos como http, www, IP e tantos outros já viraram parte do nosso cotidiano.

Isso não significa, contudo, que todos conheçam os seus significados. Por exemplo: você sabe o que é IP? Já ouviu falar da transição do IPv4 para o IPv6 — e de como isso pode impactar a sua vida digital? Pois é. É por isso que estamos aqui!

Neste post, você vai entender o conceito de IP: o que é, para que serve e qual a sua importância. Vai ver ainda por que existem outras versões do protocolo, como o IPv4 e o IPv6, e conferir as diferenças entre eles. Por fim, terá um panorama de como será a internet dos próximos anos.

E aí, quer aprender um pouco mais sobre tudo isso? Então, continue com a gente e siga a leitura!

O que é IP e para que ele serve?

O IP (“Internet Protocol”, ou Protocolo da Internet) é nada mais, nada menos, que o seu endereço na rede. É como se fosse um número de telefone ou o endereço de uma carta, o dado fundamental para que as ligações da internet possam ser estabelecidas.

Cada dispositivo conectado à rede — seja ele um computador, tablet ou smartphone — possui um número exclusivo, denominado endereço IP ou número IP. É essa informação que identifica os aparelhos na internet.

Para enviar informações de um computador para outro por meio da web, um pacote de dados contendo os endereços IP de ambos os dispositivos deve ser transferido pela rede. Sem esses endereços, os computadores não poderiam se comunicar e enviar dados uns aos outros. É por isso que o IP é essencial para a infraestrutura da web.

Atualmente, a versão mais usada do protocolo IP é o IPv4.

O que é o IPv4?

O IPv4 é a quarta e mais difundida versão do protocolo IP. Com endereços no padrão 32 bits, é bem antigo e possui vários problemas — desde falhas de segurança incontornáveis até o esgotamento da sua capacidade de expansão. Hoje, em todo o mundo, já está bem difícil conseguir um endereço nesse padrão.

O que é o IPv6?

Sexta revisão do Internet Protocol, o IPv6 funciona de maneira semelhante ao IPv4, mas com uma grande diferença: utiliza endereços no padrão 128 bits.

Por que o IPv4 já atingiu o seu limite?

Talvez você já tenha visto em algum lugar a notícia de que os endereços da internet estão acabando. Trata-se de uma meia-verdade: o que acontece é que os últimos blocos de endereços IPv4 da Internet já foram alocados — aqui no Brasil, isso aconteceu já há alguns anos.

Por muito tempo, os 32 bits no campo de endereço do IPv4 foram suficientes para cobrir todos os dispositivos conectados à rede: com 232 números IP no total, o protocolo é capaz de cobrir quase 4,3 bilhões de endereços.

Parece muito, né? Acontece que, com o avanço dos dispositivos móveis e o advento de tecnologias como a Internet das Coisas, a demanda por novos endereços ficou cada vez maior. Foi essa necessidade que fez surgir o padrão IPv6 — que não só oferece muito mais endereços numéricos, mas também simplifica as atribuições de endereços e os recursos adicionais de segurança de rede.

A transição do IPv4 para o IPv6 provavelmente terá algumas complicações, já que a maioria das pessoas não está familiarizada com isso — muito menos com o impacto que essa mudança pode ter em suas vidas.

No entanto, é preciso destacar que os endereços IPv4 ainda não acabaram: muitos deles não são utilizados e estão nas mãos de instituições como o MIT e empresas como a Ford e a IBM. O caráter escasso desses endereços os transformou em verdadeiras mercadorias, gerando um grande problema para a infraestrutura da web.

Como o IPv6 resolve esse problema?

Como informamos, o IPv6 utiliza endereços de padrão 128 bits. Logo, ele pode suportar 2128 endereços na Internet — para ser exato, mais de 340 duodecilhões deles, o equivalente ao número 340 seguido por 12 zeros!

Trata-se de um volume colossal de endereços — tanto que requer um sistema hexadecimal para exibi-los —, e é mais que suficiente para manter a internet operacional por muito tempo.

Então, se o IPv6 corrige todos esses problemas, por que nós simplesmente não realizamos a troca dos padrões? Bem, como o esgotamento de endereços IPv4 foi previsto anos atrás, então a mudança ainda está em curso. Só que o progresso tem sido lento: apenas uma pequena fração da web mudou para o novo protocolo.

Como o IPv4 e o IPv6 são executados essencialmente como redes paralelas, a troca de dados entre esses protocolos requer gateways específicos. Assim, para fazer a troca, o software e os roteadores terão de ser alterados para suportar a rede mais avançada, o que vai demandar tempo e dinheiro.

Como essa mudança vai afetar a internet?

Inicialmente, a mudança do IPv4 para o IPv6 não vai trazer um impacto muito grande em sua vida. A maioria dos sistemas operacionais já suporta o IPv6, incluindo versões mais antigas, como o Mac OS X 10.2 e o Windows XP SP 1.

No entanto, muitos roteadores e servidores não suportam o novo protocolo, o que torna impossível a conexão entre um dispositivo com endereço IPv6 com um roteador ou servidor que só suporta IPv4.

É bom lembrar também que, como o IPv6 facilita ter mais dispositivos conectados e expostos na internet, ainda há alguns bugs e falhas de segurança que precisam ser corrigidos.

Ninguém sabe ainda o custo dessa transição ou quanto tempo isso levará, mas de uma coisa você já pode ter certeza: para que a web continue funcionando da forma como a conhecemos hoje, esses probleminhas precisam ser totalmente superados.

E aí, gostou de saber o que é IP? Gostaria de aprender mais alguma coisa sobre a estrutura da internet? Então deixe o seu recado nos comentários que teremos um enorme prazer em ajudá-lo. Até o próximo post!