Sigla para Internet Protocol Version 6, o protocolo IPV6 foi padronizado pela IETF (Internet Engineering Task Force) em 1998, e uma das principais razões para o seu desenvolvimento foi a falta de endereços públicos da internet.

Devido ao uso generalizado e intensivo da rede mundial, a capacidade máxima de 4 bilhões de endereços da versão anterior (o IPV4) já não é suficiente para o grande número de dispositivos atual a longo prazo.

Hoje, o IPV6 funciona na camada 3 do modelo OSI e faz parte da família de protocolos TCP/IP. Assim, os pacotes de dados em redes baseadas em pacotes podem ser transmitidos e encaminhados com a ajuda do protocolo padrão.

Quer entender melhor esse assunto? Não se preocupe: separamos a seguir 5 coisas que você precisa saber sobre o protocolo IPV6. Boa leitura!

1. O esgotamento do IPV4

A perda de inventário de endereços IPV4 não significa que a internet usada atualmente não estará disponível. No entanto, como novos endereços IPV4 não podem ser distribuídos, a rede não pode ser expandida e desenvolvida usando esse protocolo — apesar de muitas pessoas ao redor do mundo continuarem a utilizá-la em várias situações. Esse é o impacto do esgotamento do endereço IPV4.

Existem três soluções para este problema:

  • promover o uso eficiente de endereços IPV4 distribuídos;
  • usar a tecnologia NAT para acomodar novos hosts sem usar um endereço global;
  • introduzir o IPV6 e acomodar novos hosts.

Mesmo com a devolução e recuperação de endereços de IPV4, como dissemos, esse protocolo tem seu espaço finito. A melhor solução, então, é usar mesmo o IPV6. Ele também tem seu endereçamento finito, mas é composto por conjuntos numéricos de 128 bits, elevando essa quantidade para 18 quintilhões de endereços de redes/dispositivos.

2. A solução do IPV6

Além da escassez de endereços IP, há várias outras razões que tornam significativa a introdução da 6ª versão do Internet Protocol. Uma delas é a de que o IPV4 está desatualizado em muitas áreas, não podendo mais atender aos requisitos de redes modernas e aplicativos habilitados para rede na extensão desejada.

O protocolo IPV6, por sua vez, facilita a configuração e operação de redes locais porque fornece configurações sem estado e endereços sem conexão. Estes ficam disponíveis imediatamente após o início de um dispositivo compatível com a rede. Além disso, os procedimentos de atribuição de endereços com estado, como o DHCP (Dynamic Host Configuration Protocol), usados com IPV4, tornam-se redundantes.

O IPV6 segue sistematicamente o princípio de ponta a ponta e fornece endereços de acesso público à internet para qualquer terminal, sem a necessidade de conversão de endereços (Network Address Translation, ou NAT). Essa estrutura aprimorada e, ao mesmo tempo, simplificada alivia os roteadores na transmissão dos pacotes de dados e garante um desempenho de roteamento mais alto.

3. Tráfego de dados em IPV6

Com o esgotamento do protocolo IPV4 e a impossibilidade de expansão e desenvolvimento da internet com base nele, tornou-se necessário o uso do protocolo IPV6. Por isso, no Brasil e no mundo, a maior parte das empresas já está envolvida no desenvolvimento de conteúdos que são publicados tanto para o protocolo IPV4 quanto para o protocolo IPV6. Bons exemplos disso são as gigantes da tecnologia Google e Netflix.

O tráfego de dados em IPV6, portanto, tem se tornado cada vez maior já que este protocolo garante o acompanhamento das redes com as novas tecnologias, assegurando modernização e mais segurança na troca de dados.

4. Os principais recursos do IPV6 e as diferenças para o IPV4

A tarefa essencial do protocolo da internet é comunicar os dados do usuário de camadas OSI mais altas contidas nos pacotes IP em diferentes sub-redes. Esse processo também é chamado de roteamento, e os protocolos das camadas inferiores de sub-redes individuais podem ser diferentes.

No longo prazo, o protocolo IPV6 destina-se a substituir completamente o IPV4, que atualmente é usado predominantemente na internet. A princípio, no entanto, o IPV4 e o IPV6 podem ser disponibilizados na internet ao mesmo tempo. As principais características e diferenças do IPV6 em comparação com a versão 4 são:

  • maior espaço de endereço usando 16 bytes por endereço, em comparação aos 4 bytes na versão IPV4;
  • possibilidade de vários endereços com diferentes escopos por interface do host;
  • novos mecanismos para autoconfiguração de endereços;
  • fornecimento de uma configuração sem conexão e endereços sem estado;
  • multicasting via endereços especiais;
  • redução do esforço computacional durante o roteamento e transmissão mais rápida de pacotes de dados;
  • criptografia integrada ao padrão de dados via IPsec;
  • suporte de qualidade de serviço;
  • possibilidade de multihoming e simplificação de renumeração;
  • suporte para endereços IP móveis.

A versão 6 do Internet Protocol ainda tem melhorias significativas em termos de criptografia e segurança de dados. Ele suporta IPsec diretamente no padrão IPV6, por exemplo, permitindo criptografia imediata e verificação da autenticidade dos dados. Outros benefícios incluem suporte para qualidade de serviço, multicast, multihoming e grandes pacotes de dados de até 4 GB.

5. Mecanismos de transição para o novo protocolo da internet

A introdução do IPV6 na internet é um processo longo e contínuo, que está em paralelo com a operação da versão 4 — portanto, requer-se mecanismos de transição que facilitem essa introdução. Basicamente, os três métodos a seguir estão disponíveis:

  • operação paralela de IP versão 4 e 6, também chamada de pilha dual;
  • mecanismos de túnel para transferência de IPV4 para IPV6 e vice-versa (tunelamento 4 em 6 ou 6 em 4);
  • procedimento para tradução e conversão dos dois protocolos.

A operação paralela de IPV4 e IPV6 (dual-stack) na mesma infraestrutura é uma possibilidade muito elegante de migração, pois ambos os protocolos podem trabalhar simultaneamente em uma infraestrutura de rede. A transição para o novo mundo de protocolo não requer nenhum novo hardware ou linhas. Somente os sistemas operacionais e o software dos componentes de rede e terminais devem suportar ambos os protocolos em paralelo.

A pilha dupla fornece um endereço IPV6 ao lado de um endereço IPV4 em uma interface. Assim, computadores com interfaces de pilha dupla podem usar os dois protocolos independentemente para comunicação e troca de dados com os terminais IPV4 e IPV6. Se houver dispositivos na rede que apenas dominem um dos dois protocolos, mas ainda assim queiram se comunicar uns com os outros, poderão ser usados métodos de conversão.

Enfim, fica claro que o protocolo IPV6 é uma solução que está sendo adotada gradualmente para a melhoria e a continuidade da capacidade de conexão entre redes e dispositivos. E, como vimos, ficar por dentro dessa tecnologia é fundamental, para não se perder em meio as atualizações dentro do mundo digital.

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